A segunda maior cidade do estado do Piauí, experimenta atualmente uma das maiores crises já vistas na história política de sua gente. A crise se resume a falta de lideranças políticas, para o processo natural de sucessão do poder executivo.
Atualmente o prefeito Mão Santa (DEM), é o chefe do poder
executivo, esta é a terceira vez que ele comanda os destinos de uma população
que equivale a quase 200 mil habitantes segundo o IBGE.
Na história de Parnaíba apenas Mão Santa e Zé Hamilton (PTB)
governaram por três mandatos, nenhum outro prefeito conseguiu se reeleger.
O também parnaibano Alberto Silva se destacou no cenário
estadual, e foi lembrado no dia de sua morte, como um dos mais atuantes
gestores do Piauí. Mas fora os nomes tradicionais da política parnaibana, quem
está pronto ou pronta, para assumir o protagonismo quando a vez de Mão Santa
passar?
Pode parecer cedo demais para discutir esse assunto, mas
basta ver como foram os resultados das últimas eleições municipais, quando o
discurso dos “rostinhos novos” da política local, resolveu endossar essa
modinha, e deixar pra depois uma assunto tão importante como esse.
A reeleição de Mão Santa se deu por alguns motivos óbvios, a
gestão preparou bem o terreno para embasar um novo voto de confiança dos parnaibanos,
obras e paisagismos que por si só se apresentaram aos eleitores.
Na estratégia política a união em partes, mas que assim se
deu, entre as famílias que nos últimos 20 anos foram campeãs nas urnas, as
famílias Castelo Branco e Moraes Souza.
O atual vice-prefeito Beto Teles (PP), que é genro de Zé
Hamilton, e é também o homem da confiança do atual ministro da casa civil do
governo Bolsonaro. Ciro Nogueira deixou claro das vezes que andou em Parnaíba,
que não abre mão de ver o Beto, sentado na cadeira de prefeito de Parnaíba um
dia.
Na aliança política entre prefeito e vice, pairam rumores de
que Beto foi isolado por assessores de Mão Santa, desde que o prefeito
apresentou problemas de saúde, e teve que se afastar por mais de 30 dias.
Para a nossa reportagem, Beto afirma que tudo está muito
bem. Hoje cedo os dois estiveram juntos durante a visita da deputada federal Iracema
Portela (PP-PI), ex-mulher do ministro Ciro Nogueira.
De que o vice prefeito vai trabalhar seu nome para a
sucessão municipal, eu não tenho dúvidas, mas o sucesso desta articulação vai
depender de uns detalhes que podem estar passando desapercebidos da visão dos
parnaibanos.
Na família Moraes Souza, só quem escancara hoje em dia apoio
ao Beto, é o ex-governador Zé Filho, sobrinho de Mão Santa.
Os dois tem uma relação de amizade que está acima de
qualquer posição política adotada por ambas as partes. A parte delicada desta
história, é como os outros Moraes Souza encaram essa relação dos dois?
Se você observar bem, estão insuflando o nome da vereadora
Neta Castelo Branco de Sousa (DEM), líder do governo Mão Santa na câmara
municipal, para que ela concorra a uma das vagas na assembleia legislativa,
esse apoio do gabinete do gabinete do prefeito que mais parece um truque de
mágica, pode atrapalhar os planos de Zé Filho, que concorre a mesma vaga, disputando
o mesmo universo de eleitores.
E é também na câmara municipal, que outras crises precisam
ser administradas, sob pena do grupo opositor à Mão Santa, começar a ganhar
força.
Com maioria do parlamento, o prefeito sequer se incomoda com o perfil da atual oposição, que não consegue ecoar nenhuma crítica feita no plenário. Por outro lado, a sua base está toda prestes a desmoronar.
A briga de egos entre os governistas, não soa como
inteligente para o momento em que se fala no futuro político de Parnaíba. O eleitor
parnaibano, está mais exigente de uns tempos pra cá, mas precisa cobrar
resultado de seus representantes. Do contrário, nos bastidores o que vai
predominar é a velha brincadeira de “quem é o maior” entre eles. Sobre essa
guerra eu falarei em breve.
Voltando a falar de Zé Filho, a eleição de 2022 de deputado
estadual para ele, é considerada a mais importante de sua carreira política. Ou
ele entra e mostra sua força política, que lhe dá pavimento no meio industrial,
ou fica de fora mais uma vez, daquilo que ele viu a vida inteira, o seu pai
conciliar.
E no caso de Zé Filho, é preciso chamar a responsabilidade
desses aliados que tem posado ultimamente ao lado dele. Um deles é o vereador
mais votado de Parnaíba na última eleição André Neves (Republicanos), que oficializou
apoio recente à pré-candidatura de Zé Filho para a ALEPI.
Essa engenharia política embaraçada, pode ser mais difícil
que a compreensão que tivemos aqui, para mostrar pra você como está cada vez
mais distante de se chegar a um denominador comum entre eles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário