Após sessão vereadores Daniel Jackson e Carlson Pessoa sinalizam pacificação / Foto: Samuel Aguiar |
A tão esperada sessão ordinária de segunda-feira (27), só
não aconteceu por falta de quórum, parte dos vereadores estavam em compromissos
em Teresina. Apenas cinco compareceram ao plenário e outros três participaram
via internet.
O clima não era dos melhores, além do luto pela morte da mãe
do presidente da câmara, os vereadores comentavam a repercussão das declarações
feitas pelo vereador David Soares (Progressistas), que alertou a população
parnaibana para um suposto golpe, que teria como objetivo mudanças no regimento
da casa e a antecipação da eleição da mesa diretora.
Enquanto a fala do vereador David ganhava repercussão na
imprensa, o vereador Daniel Jackson (SDD), e mais doze vereadores protocolavam
na câmara, o pedido de inclusão da matéria, que trata da eleição da mesa
diretora para o biênio 2023/2024.
Quando abriu o expediente da câmara para adiantar a leitura
das matérias, o presidente Carlson Pessoa (DEM), chegou a pedir desculpas aos vereadores
que assinaram o pedido da eleição da mesa diretora, mas falou em tom pacífico “Se
errei peço desculpas, porque sou ser humano falho e serei até os últimos dias
da minha vida (...) mas a palavra de ordem deste poder é pacificação” desabafou
Carlson.
Em seguida o vereador Daniel Jackson pediu a palavra pela
ordem, e deixou claro que durante o dia inteiro tentou conversar com o
presidente, sem sucesso. Foi enfático ao dizer que “não existe nenhum golpe,
ninguém aqui é moleque” referindo-se à fala do vereador David Soares, que teve
ampla repercussão.
Daniel Jackson disse que votar a resolução de Nº 096 de 07
de junho de 2018, que dispõe sobre a eleição da mesa diretora da câmara, não
implicaria na redução ou tomada do mandato do atual presidente, e que as
acusações de golpe proferidas pelo vereador David não passavam de “Fake News”.
Logo em seguida David usou a palavra também pela ordem, e se
dirigiu ao vereador Daniel. Disse que estava decepcionado com as atitudes
políticas, e que durante os últimos nove meses conheceu o Daniel Jackson que
hoje conhece.
David disse que há muito o que falar sobre essa tentativa de
antecipar o processo de votação da mesa diretora, e que vai usar a tribuna
livre para dizer o que sabe olhando olho no olho de cada vereador.
A discussão não ficou por menos, colada a fala de David, o
vereador Irmão Marquinhos (DEM), disse “Faço minhas as palavras do vereador
David, logo em seguida a fala dele eu também terei o que dizer olho no olho”
disse o vereador sobrepondo a fala de David.
A vereadora Neta Castelo Branco, comentou a repercussão das
declarações feitas por David Soares, e disse que nunca foi tão envergonhada,
diante da acusação de participar de um golpe que de acordo com ela, não existe.
Para a nossa a reportagem a vereadora Neta disse que a
comissão de ética da câmara será acionada para apurar os excessos na fala do
vereador David. A comissão apura e vota situações que envolvam a quebra do
decoro parlamentar, quando um vereador comete excessos, e que pode ter como
punição a cassação do mandato, votada pelos próprios vereadores.
David já havia comentado com a nossa reportagem mais cedo,
que sofreu ameaças, de ter seu mandato cassado se não recuasse sua posição. O vereador
afirmou que a sociedade tomará conhecimento do que acontece nos bastidores
desta articulação.
“Todos nós decidimos em comum acordo, numa reunião que
aconteceu em outubro do ano passado na casa do prefeito Mão Santa que iriamos
eleger o Carlson presidente para os dois anos como pede o regimento, e o meu
nome foi apoiado pela maioria para sucedê-lo” lembrou Daniel Jackson.
“O vereador David disse na frente do Irmão Marquinhos, que
era só a Iracema Portela ganhar, que ele seria o presidente, mudando o acordo
que a maioria fez. E nós não queremos interferência do governo aqui na câmara”
disse Neta.
Nas declarações dos vereadores ouvidos pelo BTM, fica claro
que a eleição da mesa diretora da câmara, é um compromisso inadiável, e que
pode acontecer a qualquer momento, como uma resposta para sacramentar a decisão
da maioria.
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