O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald
Trump, durante pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR
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O Ministério das Relações Exteriores divulgou um comunicado
nesta terça-feira (19) no qual informou que o presidente Jair Bolsonaro
"começará a abrir mão" do tratamento especial que o Brasil recebe na
Organização Mundial do Comércio (OMC).
A decisão, informou o ministério, está "em linha"
com a proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
para que o país apoie a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), o "clube dos países ricos".
"O presidente Trump saudou os atuais esforços do Brasil
no campo das reformas econômicas, melhores práticas e marcos regulatórios em
linha com os padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). O presidente Trump manifestou seu apoio para que o Brasil
inicie o processo de acessão com vistas a tornar-se membro pleno da OCDE",
diz a nota do Itamaraty.
"De maneira proporcional ao seu status de líder global,
o presidente Bolsonaro concordou que o Brasil começará a abrir mão do
tratamento especial e diferenciado nas negociações da Organização Mundial do
Comércio, em linha com a proposta dos Estados Unidos. O presidente Bolsonaro
agradeceu o presidente Trump e o povo norte-americano por sua
hospitalidade", acrescentou o ministério.
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores foi
divulgado em conjunto com a Casa Branca, após a reunião entre Bolsonaro e
Donald Trump, em Washington.
Entenda o caso
A OMC surgiu em 1995 para regulamentar o comércio mundial e
é um órgão considerado importante para países que dependem de um sistema de
normas para defender os interesses no comércio internacional.
A organização conta atualmente com 164 países membros e
media conflitos comerciais. Para isso, define regras sobre tarifas, por
exemplo. Se algum país entende que os produtos nacionais enfrentam barreiras
que desrespeitam as normas da OMC, pode recorrer à organização para solucionar
o conflito.
O Brasil é membro da OMC desde janeiro de 1995 e faz parte
da lista de países com tratamento especial e diferenciado. A lista inclui
países que dizem estar em desenvolvimento e, por isso, têm vantagens em relação
aos outros, como mais prazo para cumprir acordos e outras flexibilidades.
Os Estados Unidos, contudo, são contra a existência da lista
nos moldes atuais e defendem a mudança das regras na OMC.
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald
Trump, durante pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR O
presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante
pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR
Bolsonaro nos EUA
A visita de Bolsonaro aos Estados Unidos durou três dias.
Durante o período, o presidente se reuniu com Donald Trump, discursou na Câmara
Americana de Comércio e se encontrou com "formadores de opinião".
Enquanto Bolsonaro estava em Washington, o governo publicou
um decreto assinado pelo presidente autorizando turistas de Estados Unidos,
Japão, Canadá e Austrália a entrar no Brasil sem visto.
Nesta terça, questionado sobre o assunto, Bolsonaro disse
que liberou o visto para turistas americanos porque cidadãos do país não viajam
ao Brasil em busca de emprego.
Acordos
Brasil e Estados Unidos também assinaram alguns acordos
durante a viagem de Bolsonaro, entre os quais:
o que permite aos
EUA lançar satélites da base de Alcântara (MA);
o que prevê a
troca de informações entre a Polícia Federal e o FBI, a polícia federal
norte-americana.
Fonte: G1
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