segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O charlatanismo que amaeaça a fé



Na última segunda-feira (21), tivemos a passagem de uma data que precisa ser destacada, o dia mundial da religião. É preciso discutir com responsabilidade esse assunto, religião, o que esperar quando existe a banalização que ameaça os justos?

Durante o noticiário “Jornal da Cidade” do qual faço parte, me posicionei sobre assuntos isolados, que ameaçam a fé alheia, mas que ganharão em breve a sua devida publicidade.

Esses assuntos estão ligados direta ou indiretamente, a todas as religiões presentes em Parnaíba. E para mudar a realidade, que pode ameaçar a existência da boa convivência entre seus praticantes, ou não, será preciso uma força tarefa no meio religioso, e que necessariamente terá que acontecer de dentro para fora.

Eu tive acesso ao depoimento de um praticante de religião presente em Parnaíba, que relatou ter sofrido abuso sexual durante um “Atendimento Espiritual”. A vitima dessa situação constrangedora preferiu não ser identificada, mas se mostrou completamente decepcionada com o fato.

Pelo que pude entender, esse não foi o único caso praticado pela mesma pessoa, e que afirmava agir daquela forma em nome da religião.

Diante disso me veio o seguinte questionamento, e se as demais pessoas que sofrem nessa vida, por diversas situações, e que em muitos casos procuram além de um profissional da medicina, os cuidados que somente a religião pode dar se decepcionarem a ponto de perderem a sua esperança, a quem devemos culpar?

O assunto é sério, e cabe cobrança interna de cada um de nós. Nós que sabemos que podemos ir à igreja participar de uma missa, de um culto, de uma sessão, de uma reunião e voltar de lá saciados de uma paz que só Deus é quem pode nos dar.

Igrejas, centros, salão do reino, terreiros, sinagogas, mesquitas, templos todos esses lugares possuem a sua devida importância para a religião e para os seus fiéis, isso porque, esses lugares funcionam em sua maioria, como verdadeiros “Pronto Socorro da Alma”, e que jamais poderão permitir, que seus propósitos, sejam afetados pela ignorância e o charlatanismo, que por sinal, é crime.

O caso do médium João de Deus tem servido como um divisor de águas para muitos, e que desse caso pode desencadear outros inúmeros por todo o país.

E não cabe a mim e nem a nenhum de nós, o lado julgador de uma situação como essa, onde muitos podem se achar no direito de questionar “Mas se a pessoas viu que estava  sendo conduzida para o erro, por quê não evitou o acontecimento?”.

Acontece que, um erro jamais pode se sobrepor a outro, e a culpa de um caso assim, é sempre de quem tem a má intenção de utilizar seus rótulos em desfavor de alguém. Só sabe da importância que a religião ou os ensinamentos de Cristo tem para nós, aqueles que já precisaram de ajuda, e que chegaram pedindo socorro com suas vidas desgraçadas, e que de pronto puderam contar com uma mão estendida.

O maior desafio do meio religioso nos dias atuais, não é apenas enfrentar a intolerância religiosa, que existe. Não, o maior desafio, é falar de reciclagem para os seus adeptos, e mais do que isso, servir de exemplo através de suas vidas.

Aquele que prega o que não vive, é considerado um fariseu hipócrita, que moral nenhuma tem, para falar de ajuda ao seu próximo.

Ensinar valores para os filhos, vai muito além de um simples conselho que possa ser dado, é preciso mostrar a eles como se vive nos dias de hoje, e prepará-los para o futuro, que nem eu e nem você sabemos como será.

A mesma coisa exige-se da religião, que faça valer a hierarquia, e que transforme o sofrimento em alegria como muitos esperam.

O Brasil possui uma grande liberdade de culto aos credos, e isso faz do nosso país um exemplo para o mundo, mas não o bastante para esquecer-se de se fazer o dever de casa. Está na hora das vitimas do charlatanismo presente em Parnaíba abrirem a suas bocas, retirar do meio religioso os fariseus que insistem em destruir vidas e roubar a esperança de um amanhã melhor.

Um grito pela fé e pelo direito das pessoas manifestarem sua crença naquilo que lhes completam, e um fora, aos que por anos têm se aproveitado da fraqueza humana para obter vantagens por meio de oferta ou manifestando suas taras insanas em nome de seu caráter.

Estou voltando hoje (28), a escrever sobre as questões que envolvem o nosso dia-a-dia, e estarei atento aos mais insolentes, para que estes saibam que eles podem muito, só não podem tudo.

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