O presidente Michel Temer planeja anunciar, após o carnaval, a criação
do Ministério Extraordinário da Segurança Pública. A TV Globo apurou que
a nova pasta deverá ser criada por medida provisória (MP). Uma das
atribuições do ministério será desenvolver ações de combate à
criminalidade.
A criação de uma pasta da Segurança Pública foi proposta pelo ministro
da Justiça, Torquato Jardim, e vem sendo debatida desde novembro de
2017. Além de Torquato e Temer, participam das discussões os ministros
Raul Jungmann (Defesa) e Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional).
Na semana passada, Temer bateu o martelo em razão do agravamento da
crise de segurança. O texto da MP, inclusive, já está pronto e o governo
avalia nomes para a função.
Pela proposta, Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF),
Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e Secretaria Nacional de
Segurança Pública (Senasp) saem da alçada do Ministério da Justiça e
ficarão subordinados ao novo ministério. A pasta contará com a estrutura
já existente no Ministério da Justiça.
Já o Ministério da Justiça, apurou a TV Globo, seguirá desenvolvendo
políticas preventivas de combate às drogas e programas de recuperação de
ativos no exterior, de política de estrangeiros e refugiados, defesa do
consumidor e antitruste e políticas antipirataria.
Histórico
A criação de uma pasta exclusiva para cuidar da segurança pública é
incentivada por parlamentares da chamada “bancada da bala” no Congresso
Nacional. Em janeiro de 2017, após registros de chacinas em presídios,
parlamentares da comissão de segurança pública da Câmara pediram a Temer a criação desse ministério.
No mês seguinte, o presidente mudou o nome do Ministério da Justiça para o atual: Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Apesar de a segurança pública, em sua maior parte, ser de competência
dos estados, o Palácio do Planalto tem sido cobrado pela crise no setor.
No ano passado, o governo lançou o plano nacional de segurança, que passa por dificuldades de implementação.
Uma das frentes do plano, por exemplo, é a atuação conjunta da União
com o Rio de Janeiro no combate ao crime organizado. Desde julho de
2017, as Forças Armadas atuam em parceria com as forças de segurança do estado.
A TV Globo apurou que houve divergência quanto à criação do novo
ministério de segurança pública, sob o argumento de que provocaria
descontinuidade nas ações de combate à violência.
Temer, no entanto,
acabou se convencendo da necessidade de desmembramento do Ministério da
Justiça em um modelo que garanta a sequência dessas ações.
Fonte: G1
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