As
calçadas estreitas de Parnaíba estão sendo ocupadas cada vez mais por
ambulantes que vendem toda variedade de frutas, verduras, legumes,
relógios e até chips para aparelhos celulares. Algumas lojas também
contribuem com a colocação de obstáculos, expondo suas mercadorias nas
portas, avançando além do que é permitido.
Os
pedestres são obrigados a descer das calçadas e disputar espaço com
carros e motos, e com isso existe a possibilidade de acidentes. Os
transtornos maiores são de pessoas com deficiência e idosas. Um problema
que se arrasta há muito tempo.
O
vereador Ricardo Veras (PSD) tomou a iniciativa de falar na Câmara
Municipal a situação dos vendedores e apresentou em sessão ordinária o
Requerimento nº239/2018, que segundo ele, “atendendo pedido dos
comerciantes do centro da cidade, e de pessoas que andam pelas calçadas e
enfrentam muitas dificuldades”, diz.
Outra preocupação demonstrada pelo vereador foi a questão da imagem da cidade perante os turistas.
Ricardo
Veras sugere que o município deva encontrar um lugar para que sejam
colocados os ambulantes. “O meu papel como vereador é tentar buscar
junto ao poder executivo as soluções, porque somente ele tem o poder de
encontrar uma solução cabível”, disse.
O
vereador sugere que seja feita a remoção do pessoal das calçadas para
os pontos em desuso nos mercados Governador Wellington Dias, na
Quarenta, zona oeste, mercado de Fátima na zona norte ou outros,
possibilitando a desobstrução das ruas e das calçadas. “Estou atendendo
aos comerciantes do centro da cidade e de algumas pessoas que transitam
no meio das calçadas”, prosseguiu o vereador.
Os
comerciantes informais argumentam a necessidade de terem que
diariamente colocar o pão na mesa da família, uma tarefa que muita gente
tenta cumprir.
O
vendedor Haroldo Andrade é um dos que disputam um pequeno espaço numa
calçada no centro da cidade para conseguir levar dinheiro para o
sustento da família. “Essa foi a forma que encontrei de sustentar minha
casa. Não tem emprego para todo mundo, o jeito é trabalhar por conta
própria”, salientou.
Por
sua vez Eunice Cavalcante, que também tem banca numa calçada, disse que
não possui emprego formal e está como ambulante há mais de nove anos.
Ela declara que tentou arrumar outro emprego, mas sem êxito. “Acham que
eu queria trabalhar aqui debaixo de sol quente e sofrendo todo tipo de
preconceito? Eu não! Não é nada fácil estar aqui. É um trabalho duro,
que exige força e coragem”, fala Eunice.
Ouvida
pelo jornal “Tribuna do Litoral” a secretária municipal de
Infraestrutura e presidente da EMPA, a Empresa de Serviços Públicos,
disse que não vai retirar nenhum ambulante das calçadas em função da
falta de emprego. Sugeriu ao vereador Ricardo Veras que proponha uma
audiência pública na Câmara para ouvir o que pensam esses ambulantes
sobre o assunto.
Fonte: Jornal “Tribuna do Litoral”
Texto/Fotos:Camila Neto
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