domingo, 2 de abril de 2017

A morte do jovem Paixão Almeida reflete uma triste estatística da falta de iniciativas comuns


 
O jovem Paixão Almeida morreu na manhã deste domingo (02), vítima de um afogamento no rio Igaraçu, em Parnaíba. Ele entra para a estatística que só cresce ao longo dos anos, das vítimas que poderiam estar vivas, se conhecessem o perigo do rio.

Haverão aqueles que irão dizer, “ah mas quem não sabe nadar, nem deveria entrar na água”, é verdade, mas não é absoluto. No caso do Paixão Almeida; abre-se uma exceção, para lembrar da deficiência, o jovem que tão bem representou a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) poderia não estar nessa estatística de hoje, caso houvesse uma sinalização clara no trecho onde ele morreu.

Pessoas se aglomeraram no local com esperança de uma boa notícia sobre Paixão Almeida

Trecho do rio Igaraçu onde o jovem foi vítima de afogamento
A sinalização seria o mínimo que alguém pudesse fazer para evitar a repetição frequente de casos como esse. Basta lembrar que no final de semana passado, outra pessoa no mesmo trecho do rio, também foi vitima de afogamento. Daí para trás quantas não foram as vítimas?

Destacar o empenho do Major Rivelino Moura nas buscas pelo corpo
Basta acompanhar os noticiários de TV, Rádio e até na internet, para se dar conta da alarmante média de aproximadamente 3 ou 4 pessoas por mês, que por falta de informação, e até por fatalidade, acabam morrendo afogadas nas águas no litoral piauiense, seja no mar ou nos rios.

Infelizmente o jeito brasileiro de fazer as coisas acaba não sendo o jeito que deveria. Sim, porque é necessário alguém ser vítima de uma situação, para que as precauções sejam adotadas. Já ouviram o ditado “É melhor prevenir, do que remediar?”. Pois é, ele poderia ter se encaixado nesse contexto, muito embora, não seja tarde ainda para se fazer algo.

A vida desse jovem, foi marcada pelos desafios que teve ao longo dos anos, e todos esses desafios foram superados um a um. Símbolo de superação e de persistência, o menino Paixão pode ser um divisor dessa realidade dura, que não só a família dele, mas outras também já sentiram na pele. É preciso se colocar no lugar das pessoas para saber o quanto é difícil vivenciar uma situação como essa.

A morte dele serve para buscar questionamentos, tais como: o que vai ser feito para evitar que outras pessoas sejam vítimas de afogamento, como ele foi? Quem vai tomar para si a dor de muitos que já perderam seus entes por afogamentos? E, isso se abrange, para os nossos representantes, as instituições e a própria comunidade.

Para as pessoas como nós que trabalhávamos com ele na Rádio Cidade FM 87,9. Fica a profunda tristeza de ver se despedir da terra, alguém tão brilhante, cheio de vida e que não fazia mal a ninguém, pelo contrário, com seu parceiro de programa Júnior Rêgo levou alegria a milhares de pessoas através das ondas do rádio. Vá com Deus Paixão Almeida, e se depender dos seus amigos que ficarão por aqui por mais um tempo, faremos dessa dor um motivo para mudar a atual realidade. 

Por: Tiago Mendes

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