sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Sucessão municipal em Parnaíba, um entendimento cada vez mais distante


A segunda maior cidade do estado do Piauí, experimenta atualmente uma das maiores crises já vistas na história política de sua gente. A crise se resume a falta de lideranças políticas, para o processo natural de sucessão do poder executivo.


Atualmente o prefeito Mão Santa (DEM), é o chefe do poder executivo, esta é a terceira vez que ele comanda os destinos de uma população que equivale a quase 200 mil habitantes segundo o IBGE.


Na história de Parnaíba apenas Mão Santa e Zé Hamilton (PTB) governaram por três mandatos, nenhum outro prefeito conseguiu se reeleger.


O também parnaibano Alberto Silva se destacou no cenário estadual, e foi lembrado no dia de sua morte, como um dos mais atuantes gestores do Piauí. Mas fora os nomes tradicionais da política parnaibana, quem está pronto ou pronta, para assumir o protagonismo quando a vez de Mão Santa passar?


Pode parecer cedo demais para discutir esse assunto, mas basta ver como foram os resultados das últimas eleições municipais, quando o discurso dos “rostinhos novos” da política local, resolveu endossar essa modinha, e deixar pra depois uma assunto tão importante como esse.


A reeleição de Mão Santa se deu por alguns motivos óbvios, a gestão preparou bem o terreno para embasar um novo voto de confiança dos parnaibanos, obras e paisagismos que por si só se apresentaram aos eleitores.


Na estratégia política a união em partes, mas que assim se deu, entre as famílias que nos últimos 20 anos foram campeãs nas urnas, as famílias Castelo Branco e Moraes Souza.


O atual vice-prefeito Beto Teles (PP), que é genro de Zé Hamilton, e é também o homem da confiança do atual ministro da casa civil do governo Bolsonaro. Ciro Nogueira deixou claro das vezes que andou em Parnaíba, que não abre mão de ver o Beto, sentado na cadeira de prefeito de Parnaíba um dia.


Na aliança política entre prefeito e vice, pairam rumores de que Beto foi isolado por assessores de Mão Santa, desde que o prefeito apresentou problemas de saúde, e teve que se afastar por mais de 30 dias.


Para a nossa reportagem, Beto afirma que tudo está muito bem. Hoje cedo os dois estiveram juntos durante a visita da deputada federal Iracema Portela (PP-PI), ex-mulher do ministro Ciro Nogueira.


De que o vice prefeito vai trabalhar seu nome para a sucessão municipal, eu não tenho dúvidas, mas o sucesso desta articulação vai depender de uns detalhes que podem estar passando desapercebidos da visão dos parnaibanos.


Na família Moraes Souza, só quem escancara hoje em dia apoio ao Beto, é o ex-governador Zé Filho, sobrinho de Mão Santa.


Os dois tem uma relação de amizade que está acima de qualquer posição política adotada por ambas as partes. A parte delicada desta história, é como os outros Moraes Souza encaram essa relação dos dois?


Se você observar bem, estão insuflando o nome da vereadora Neta Castelo Branco de Sousa (DEM), líder do governo Mão Santa na câmara municipal, para que ela concorra a uma das vagas na assembleia legislativa, esse apoio do gabinete do gabinete do prefeito que mais parece um truque de mágica, pode atrapalhar os planos de Zé Filho, que concorre a mesma vaga, disputando o mesmo universo de eleitores.

E é também na câmara municipal, que outras crises precisam ser administradas, sob pena do grupo opositor à Mão Santa, começar a ganhar força.


Com maioria do parlamento, o prefeito sequer se incomoda com o perfil da atual oposição, que não consegue ecoar nenhuma crítica feita no plenário. Por outro lado, a sua base está toda prestes a desmoronar.


A briga de egos entre os governistas, não soa como inteligente para o momento em que se fala no futuro político de Parnaíba. O eleitor parnaibano, está mais exigente de uns tempos pra cá, mas precisa cobrar resultado de seus representantes. Do contrário, nos bastidores o que vai predominar é a velha brincadeira de “quem é o maior” entre eles. Sobre essa guerra eu falarei em breve.


Voltando a falar de Zé Filho, a eleição de 2022 de deputado estadual para ele, é considerada a mais importante de sua carreira política. Ou ele entra e mostra sua força política, que lhe dá pavimento no meio industrial, ou fica de fora mais uma vez, daquilo que ele viu a vida inteira, o seu pai conciliar.


E no caso de Zé Filho, é preciso chamar a responsabilidade desses aliados que tem posado ultimamente ao lado dele. Um deles é o vereador mais votado de Parnaíba na última eleição André Neves (Republicanos), que oficializou apoio recente à pré-candidatura de Zé Filho para a ALEPI.


Essa engenharia política embaraçada, pode ser mais difícil que a compreensão que tivemos aqui, para mostrar pra você como está cada vez mais distante de se chegar a um denominador comum entre eles.   

   

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