Diferente do que afirmou a secretária municipal de educação Fátima Silveira, em entrevista à Rádio Liderança na sexta-feira (17), nem todas as escolas municipais tiveram aulas presenciais nesta segunda-feira (20).
Na escola Roland Jacob estão matriculados pouco mais de 400
alunos do ensino fundamental no turno manhã, a tarde pouco mais de 300 alunos
do programa de escola para jovens e adultos (EJA), mas a adesão no primeiro dia
anunciado pela SEDUC foi menor que o esperado, cerca de 20% dos alunos
compareceram.
“Nós ainda estamos em reunião com os pais e com os
responsáveis pelos alunos, para mostrar como iremos trabalhar, e assim ter a
autorização deles. A partir de amanhã a expectativa é que tenhamos mais alunos
em sala de aula” explicou Jaira Farias diretora da escola.
Os alunos que retornaram para a escola neste primeiro dia de
aula presencial, notaram a diferença imposta pelos protocolos de saúde, desde a
entrada com a aferição de temperatura até o distanciamento entre as cadeiras.
“Precisamos recuperar o tempo que foi perdido” disse o
estudante Clailton do 8º ano.
Nossa reportagem percorreu algumas escolas da rede municipal
de ensino para acompanhar como cada uma estava funcionando. No Roland Jacob o
professor Gregório Monteiro dava aula para duas alunas.
“Eu já cheguei a dar aula para uma sala com vinte e oito
alunos antes da pandemia, mas se temos só dois daremos também” disse Monteiro.
Mas nem todos os professores da rede municipal de ensino
concordam com a retomada das aulas presenciais. Os que divergem denunciam a
falta de EPI´s (Equipamento de Proteção Individual) para os professores e
alunos, além da falta de estrutura de algumas escolas que precisam de
intervenção urgente.
Na sexta-feira durante uma manifestação de professores do
município, um mãe de dois alunos denunciou a falta de estrutura na escola municipal
Antônio Seligman e disse que não mandaria seus filhos para a escola até que a
situação se resolva.
Além de problemas estruturais, Andrea Olival questionou o
destino da merenda escolar que deveria ter sido distribuída para os alunos
através de kits “Ninguém sabe me responder para onde foram os mais de hum
milhão de reais destinados para a merenda aqui em Parnaíba” desabafou a mãe.
A secretária Fátima Silveira já havia dito que as famílias
com alunos matriculados nas escolas do município recebem regularmente os kits.
Na escola municipal Antônio Seligman nossa equipe foi
impedida de registrar como estão as dependências da unidade, a diretora também
se negou a prestar esclarecimentos já que as aulas por lá não aconteceram como
havia prometido a secretaria de educação.
“A secretaria me orientou a não dar nenhuma informação”
disse.
Um grupo formado por mães de alunos que estudam na mesma
escola, e que não conseguem respostas da direção e da secretaria foi até a sede
do Ministério Público, hoje pela manhã, formalizar uma denúncia. Elas querem
transparência nas informações.
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