As declarações da vereadora Neta Castelo Branco (DEM), líder
do governo na Câmara Municipal na sessão de quarta-feira (22), confirmaram a “força
tarefa” que existe para minar o atual presidente da câmara, vereador Carlson
Pessoa (DEM).
Em seu discurso a vereadora afirmou que vai apoiar a
candidatura do vereador Daniel Jackson (SDD), para a presidência da casa a
partir de 2023, ano em que o mandato do atual presidente termina.
Neta justificou que sua decisão veio após uma série de
comportamentos dos assessores do vereador Carlson Pessoa, que segundo ela,
estariam atacando sua honra. A vereadora chegou a dizer, mas sem citar nomes que
tudo acontecia com ordens de um casal.
Para os vereadores ouvidos por nossa reportagem, o casal a
quem Neta se refere é o presidente da câmara e a esposa dele.
Após o discurso da vereadora outros colegas se manifestaram,
na oposição já tem vereador apoiando a ideia da mudança no comando do poder
legislativo.
“Sem espaço no governo, do qual ele é aliado, o presidente
fez ajustes aqui na casa que diminuiu o espaço de todos os demais, por isso
existe quase um consenso de apoiar o nome do Jackson” disse o vereador Zé Filho
Caxingó (PL).
Os espaços que o vereador Zé Filho se refere, são os cargos
de indicação que cada vereador tem direito por gabinete. A diminuição desses
espaços estaria acontecendo porque na prefeitura, é a vereadora Neta quem conta
com a maior fatia de indicação no governo do prefeito Mão Santa (DEM).
Com isso o jeito encontrado pelo vereador Carlson foi
ajustar os espaços que não encontrou no executivo, dentro do poder que hoje ele
comanda.
O abalo na relação política dos dois democratas, antes era
tido como especulação, mas depois do discurso da vereadora Neta ficou claro,
que os governistas, e principalmente os do partido do prefeito vivem por um triz.
Esse diagnóstico não é nada saudável para a gestão do
prefeito Mão Santa, que pode precisar a qualquer momento de apoio da maioria no
plenário, onde tudo do governo é decidido, e poderá encontrar surpresas nada
agradáveis para a governabilidade.
Isso já pode ser visto nos posicionamentos de aliados como o
próprio vereador Irmão Marquinhos (DEM), que apesar de ser do mesmo partido do
prefeito, já mostrou que possui uma certa independência em seus
posicionamentos, em alguns casos contra a própria prefeitura.
Nesse cenário, só quem sai ganhando é o vereador Daniel
Jackson, que está em seu segundo mandato, e já vislumbra ocupar a cadeira de
comando do poder legislativo, um passo significativo para quem estreou na vida
pública recentemente.
Mas tudo isso pode mudar, é que com essas relações estremecidas,
que inclusive, são provocadas pela crise diplomática na família Moraes Souza, precisamente
entre o prefeito e o sobrinho dele Zé Filho, podem reconfigurar os números dentro
do parlamento nos próximos dias.
A raiz do problema na família, está na possível
reaproximação de Zé Filho com o governador Wellington Dias (PT), com a
possibilidade de uma vaga de vice-governador na chapa de Rafael Fonteles (PT). Essa
seria uma resposta as provocações feitas por assessores do prefeito Mão Santa
em lançar uma pré-candidatura da vereadora Neta como deputada estadual, o mesmo
cargo que Zé Filho havia dito que tinha pretensões em disputar.
A quem diga nos corredores da câmara que a ideia foi da
primeira dama Adalgisa Moraes Souza, que teria escolhido Neta para fazer uma
chapa dobradinha com a filha Gracinha Moraes Souza (DEM) para federal. Informações
que o gabinete de Mão Santa não comenta.
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