Na última segunda-feira (21), tivemos a passagem de uma data
que precisa ser destacada, o dia mundial da religião. É preciso discutir com
responsabilidade esse assunto, religião, o que esperar quando existe a
banalização que ameaça os justos?
Durante o noticiário “Jornal da Cidade” do qual faço parte,
me posicionei sobre assuntos isolados, que ameaçam a fé alheia, mas que
ganharão em breve a sua devida publicidade.
Esses assuntos estão ligados direta ou indiretamente, a
todas as religiões presentes em Parnaíba. E para mudar a realidade, que pode
ameaçar a existência da boa convivência entre seus praticantes, ou não, será
preciso uma força tarefa no meio religioso, e que necessariamente terá que
acontecer de dentro para fora.
Eu tive acesso ao
depoimento de um praticante de religião presente em Parnaíba, que relatou ter
sofrido abuso sexual durante um “Atendimento Espiritual”. A vitima dessa
situação constrangedora preferiu não ser identificada, mas se mostrou
completamente decepcionada com o fato.
Pelo que pude entender, esse não foi o único caso praticado
pela mesma pessoa, e que afirmava agir daquela forma em nome da religião.
Diante disso me veio o seguinte questionamento, e se as
demais pessoas que sofrem nessa vida, por diversas situações, e que em muitos
casos procuram além de um profissional da medicina, os cuidados que somente a
religião pode dar se decepcionarem a ponto de perderem a sua esperança, a quem
devemos culpar?
O assunto é sério, e cabe cobrança interna de cada um de
nós. Nós que sabemos que podemos ir à igreja participar de uma missa, de um
culto, de uma sessão, de uma reunião e voltar de lá saciados de uma paz que só
Deus é quem pode nos dar.
Igrejas, centros, salão do reino, terreiros, sinagogas,
mesquitas, templos todos esses lugares possuem a sua devida importância para a
religião e para os seus fiéis, isso porque, esses lugares funcionam em sua
maioria, como verdadeiros “Pronto Socorro da Alma”, e que jamais poderão
permitir, que seus propósitos, sejam afetados pela ignorância e o charlatanismo,
que por sinal, é crime.
O caso do médium João
de Deus tem servido como um divisor de águas para muitos, e que desse caso pode
desencadear outros inúmeros por todo o país.
E não cabe a mim e nem a nenhum de nós, o lado julgador de
uma situação como essa, onde muitos podem se achar no direito de questionar
“Mas se a pessoas viu que estava sendo
conduzida para o erro, por quê não evitou o acontecimento?”.
Acontece que, um erro jamais pode se sobrepor a outro, e a
culpa de um caso assim, é sempre de quem tem a má intenção de utilizar seus
rótulos em desfavor de alguém. Só sabe da importância que a religião ou os
ensinamentos de Cristo tem para nós, aqueles que já precisaram de ajuda, e que
chegaram pedindo socorro com suas vidas desgraçadas, e que de pronto puderam
contar com uma mão estendida.
O maior desafio do meio religioso nos dias atuais, não é
apenas enfrentar a intolerância religiosa, que existe. Não, o maior desafio, é
falar de reciclagem para os seus adeptos, e mais do que isso, servir de exemplo
através de suas vidas.
Aquele que prega o que não vive, é considerado um fariseu
hipócrita, que moral nenhuma tem, para falar de ajuda ao seu próximo.
Ensinar valores para os filhos, vai muito além de um simples
conselho que possa ser dado, é preciso mostrar a eles como se vive nos dias de
hoje, e prepará-los para o futuro, que nem eu e nem você sabemos como será.
A mesma coisa exige-se da religião, que faça valer a
hierarquia, e que transforme o sofrimento em alegria como muitos esperam.
O Brasil possui uma grande liberdade de culto aos credos, e
isso faz do nosso país um exemplo para o mundo, mas não o bastante para
esquecer-se de se fazer o dever de casa. Está na hora das vitimas do
charlatanismo presente em Parnaíba abrirem a suas bocas, retirar do meio
religioso os fariseus que insistem em destruir vidas e roubar a esperança de um
amanhã melhor.
Um grito pela fé e pelo direito das pessoas manifestarem sua
crença naquilo que lhes completam, e um fora, aos que por anos têm se
aproveitado da fraqueza humana para obter vantagens por meio de oferta ou
manifestando suas taras insanas em nome de seu caráter.
Estou voltando hoje (28), a escrever sobre as questões que
envolvem o nosso dia-a-dia, e estarei atento aos mais insolentes, para que
estes saibam que eles podem muito, só não podem tudo.
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