sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Um mês sem o Kairo Amaral e o que dizer desse tempo?

Registro do nosso último banho de mar, nesse dia me fez parar a faxina pra ir com ele

Esses primeiros 30 dias que se passaram, não são o suficiente para dimensionar a falta que nos fará o Kairo Amaral. A falta física, porque espiritualmente, ele continua vivo.

Foram 24 anos bem vividos, cheios de experiências e realizações, Kairo não deixou a desejar em nada durante sua passagem pela terra. Foi bom filho, bom parceiro e um bom profissional, deixou sua marca e o legado de que devemos que viver de forma intensa, tudo o que fez e cuidou, dedicou o seu melhor e fez com amor. Muitos o chamaram de prematuro pela velocidade em que tudo aconteceu com ele, e de fato foi bem isso mesmo.

No dia de sua morte evitei falar dele, me faltaram palavras e forças, foi uma ruptura brusca, que eu jamais esperei. Mas esses 30 dias me ajudaram a refletir, e entender que o que ele sempre quis das pessoas a quem amava, era a felicidade. Dessa forma tenho buscado encontrar em tudo o que fazíamos juntos, razões que me levam a crer que ele está ali do lado.

Assumir o bastão do trabalho com a responsabilidade de fazer por mim e por ele, é um desafio que me transforma, conheci ele de perto e sei como ele gostava de ver as coisas acontecerem, a comunicação através do jornalismo sempre foi a nossa praia em comum.

Nosso primeiro encontro se deu quando eu ainda era correspondente da TV Cidade Verde em 2014, quando o menino magrinho se aproximou e disse “Eu gosto do seu estilo de trabalho, você pode me dá umas dicas? Quero aprender a fazer televisão” disse ele.

Kairo era uma pessoa a quem a gente nunca soube dar um “NÃO”, pelo menos eu. Iniciamos ali uma amizade que mal sabia eu, vinha para preencher muitos espaços. Projetos e sonhos vieram, foram conquistados e realizados.

De repente o menino se tornou um homem, e viu o mundo ficar pequeno para tanto talento que possuía. Escreveu sua história com as mais limpas letras da coerência e da ética, não atoa se tornou uma das maiores revelações que o jornalismo de Parnaíba viu surgir.

Esse 17 de outubro não simboliza um dia de tristeza profunda, é um dia de saudade mas acima de tudo, é um dia de orgulho. 

O agora anjo de luz, está nos ajudando a atravessar um ano tão complicado de se entender, com desafios que nenhum de nós estávamos esperando para enfrentar. Luz para a iluminar a mãe, que tão aguerrida dedicou todos os dias em favor de seu filho, da irmã que chorou do lado e que ao mesmo tempo confortou nos momentos de dores.

Luz para os que ele sempre amou. Eu jamais esquecerei da ligações no meio da noite dizendo “Estou precisando conversar, só tu me entende” dizia ele. Entendia e não sabia porque entendia. Fui o que mais apoiou como amigo, em todos os desafios que teve, nos medos que enfrentou, nas gargalhadas que demos juntos e nas melhores experiência que a vida nos ofereceu.

Honrado sou eu, por ter tido o privilégio de poder chamá-lo de irmão, por vê seus olhos brilharem quando precisou de meu apoio, por me escolher para ser o seu parceiro de caminhada pessoal e profissional. Foram sim, as melhores fases vividas, mesmo que tenha tido lágrimas, essas mesmas nos fizeram fortes.

Só quero dizer que sua história jamais será apagada, que sua presença jamais será ausente e que o amor que todos nós dedicamos a ele jamais se findará, temos um aliado fortíssimo no céu, que ao lado de Deus vai apontar para qual caminho temos que seguir. Nada de choro de tristeza, lágrimas apenas de saudade e no peito a emoção de saber que está nos vendo e ajudando a fazer nossos dias ainda melhores!

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