terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Justiça Eleitoral disse que vai oficiar gabinete do vereador Joãozinho do Trânsito




Há pouco mais de duas semanas, um vídeo em que o vereador Joãozinho do Trânsito (PSL), aparece prometendo ajudar com dinheiro, os moradores de um terreno alvo de disputa na justiça, viralizava. A repercussão chegou ao conhecimento da Justiça Eleitoral.

No vídeo gravado pelos próprios moradores, o vereador chega a marcar a data para a entrega do dinheiro, que teria como finalidade a compra de canos para abastecer a os terrenos, alvos de investigação por suspeitas de invasão.

O Promotor Fernando Soares responsável pela 3ª Zona Eleitoral do Piauí, tomou conhecimento do vídeo, e considerou grave a atitude do vereador.

“É dinheiro público (...) porque o repasse do duodécimo que é repassado para a câmara é no dia 20, e ele prometeu dar no dia 21 nos dá entender que ele está praticando um crime. Agora isso vai ser apurado através de inquérito policial até mesmo na esfera administrativa pelos próprios vereadores” disse o promotor.

O promotor informou que oficiaria na semana seguinte a câmara e o gabinete do vereador Joãozinho do Trânsito para prestar esclarecimentos sobre essa conduta do político.

No mesmo dia, o vereador Joãozinho do Trânsito foi procurado pela imprensa para falar sobre a repercussão do vídeo e se de fato iria cumprir com a promessa de dar dinheiro para os moradores, ele negou.

“Eu até voltei atrás já não ia mas nem ajudar mais nada, porque se transformou-se numa polêmica” respondeu Joãozinho.(Veja o vídeo)



Nossa reportagem procurou à Câmara e o gabinete do vereador que não souberam informar o recebimento do ofício da promotoria. Em casos como esse a oficialização da denúncia pode levar o Ministério Público a cobrar explicações com maior celeridade.

Em um evento realizado pela OAB PI em Parnaíba, esse tipo de conduta foi utilizado como exemplo de infrações que podem levar a perda de mandato e até a inelegibilidade de um pré-candidato que exerce mandato.

“Fica clara a intenção de captação ilícita de sufrágio, em casos assim” comentou a deputada federal Margarete Coelho (PP-PI).