quarta-feira, 27 de março de 2019

Por trás da manifestação, há uma intenção!



Por trás de toda manifestação existe uma intenção, e a manifestação que os moradores da área popularmente chamada de piscinão, no bairro Piauí em Parnaíba, não é diferente. A causa é justa, mas nem todo grito é coerente.

Só sabe o drama de acordar com os pés dentro da água, quem por ali convive com esse dilema há quase três décadas. Pessoas que viram filhos e agora netos crescerem e sair dali, enquanto esperam pacientemente a solução para o problema. Solução que foi prometida no passado, mas que vem se arrastando até agora.

Nenhum deles ao colocarem seus restos de móveis no meio da rua para atear fogo, agiu de tal maneira, revestidos de uma empáfia coletiva, pelo contrário, a revolta é individual e piora conforme o prejuízo sofrido.

Você leitor, coloque-se no lugar dessa gente, tente viver esse pesadelo de ver a força da natureza que não se pode domar ou impor limites, devastar tudo o que se conquistou na vida, com o sacrifício e a dificuldade que existe para se ter algo.

O fogo ateado nos restos de móveis destruídos pelas águas aqueceu também o sentimento de revolta, ao verem tanta gente, principalmente políticos, que andaram tanto ali e que hoje parecem desconhecer o mesmo caminho do pedido de voto, não oferecerem solução imediata para resolver o problema.

Eu não estou me referindo a prefeitura, até porque, só não viu quem é cego, o tamanho do esforço paliativo, mas sim foi esforço, que os servidores fizeram ao deslocarem caminhões com bombas de sucção para baixar o nível das águas, dos resgates feitos em parceria com os bombeiros, do cuidado que as famílias desalojadas tiveram nos abrigos e da mobilização que ainda está sendo feita para amenizar os impactos dessa tragédia.

Estou me referindo aos deputados estaduais, federais, os nossos três senadores, o governador do Estado e até mesmo o presidente da república. Imagine ai se todas essas autoridades somassem seus esforços para resolver esse dilema? É claro que teríamos outra realidade.

Acontece que, o engodo para essa classe desunida e rasteira vale muito mais do que o resultado compartilhado. Eles não fazem porque não querem dar a entender que foi apenas com o Mão Santa que o problema foi resolvido. Enquanto isso eles vão mexendo no tabuleiro da opinião pública, para saber quem melhor se alinha com seus planos, para só então, canalizarem os recursos e solucionar de vez o problema.

É humanamente impossível resolver em apenas uma esfera o problema do piscinão, fosse fácil assim, os últimos quatro prefeitos teriam resolvido. Mas a bola está com o Mão Santa que tem feito o paliativo para não ser pior o cenário que vimos.

Achei justíssima a atitude dos moradores de irem para o meio da rua e pedir uma definição para o drama. Só não podemos deixar de lembrar que tudo isso pode ser resolvido de forma rápida e simples. Basta os deputados estaduais alocarem suas verbas de gabinetes e impositivas, basta o governador sentar com o prefeito e oferecer ajuda real, basta os deputados federais destinarem emendas, o mesmo ser feito pelos senadores e porque não falar das emendas impositivas dos vereadores?

O parnaibano Valdecir Cavalcanti destinou um caminhão com donativos para ajudar as famílias, a maçonaria também está ajudando, as pessoas de forma individual ajudam como podem e essas caras limpas que nos representam nas esferas estaduais e federal assistem a tudo isso esperando talvez o pior, paciência!

Por: Tiago Mendes

segunda-feira, 25 de março de 2019

Instituições se mobilizam e passam a arrecadar doações para as famílias desabrigadas em Parnaíba



A população parnaibana e as mais diferentes entidades institucionais iniciaram uma força-tarefa, para ajudar as centenas de famílias desabrigadas, por causa das chuvas que caíram nos últimos dias em Parnaíba.

A prefeitura de Parnaíba iniciou os primeiros atendimentos a essas famílias, destinando a maior parte das pessoas para os abrigos, que foram montados para abrigar quem precisar deixar sua casa.

De acordo com os dados oficiais da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e da prefeitura, mais de cem famílias foram incluídas no grupo de pessoas desabrigadas, o número passa de mil, quando se refere às pessoas que de uma forma direta ou indireta, foram atingidas pelas águas acumuladas nos últimos dias.

Diante desse cenário que só piora, entidades institucionais nas mais diferentes representações decidiram somar esforços e ajudar os desabrigados.

O presidente da (Ordem dos Advogados do Brasil) OAB – Subseção Parnaíba, Robson Aragão, anunciou em sua rede social, que a sede da instituição está aberta, para que os advogados e as pessoas interessadas possam destinar suas doações.

A campanha de arrecadação da OAB é realizada em parceria com a Maçonaria, que através de suas outras Lojas também reforçará a campanha de doações para as famílias desabrigadas.

Além do prefeito Mão Santa e sua equipe de governo que estão em operação desde a última quinta-feira (21), outros políticos começaram a acompanhar a realidade desses moradores. Hoje (25), a esposa do governador Wellington Dias (PT), deputada federal Rejane Dias (PT), visitou os locais considerados críticos e sinalizou que ajudará as famílias.

O secretário de Estado da Saúde Florentino Neto que já foi prefeito de Parnaíba, anunciou em sua rede social que caminhões da saúde e da Defesa Civil do estado, estão sendo abastecidos com colchões e água mineral, que serão enviados para Parnaíba.

Em entrevista à Rádio Cidade 87,9 FM nesta segunda-feira (25), a primeira dama e secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania, Adalgisa Moraes Souza reforçou os pedidos de ajuda, e destacou o empenho dos servidores do município, que se se revezam em atendimentos que levam as doações e alimentação aos desabrigados.

Adalgisa lembrou que junto as doações que estão sendo entregues na SEDESC próximo a rodoviária de Parnaíba, quem puder doar itens de higiene pessoal para os desabrigados será necessário.

Sobe para 120 o número de famílias desabrigadas após chuvas no litoral do Piauí


 

Pelo menos 1140 famílias foram afetadas pelas chuvas que caíram no litoral do Piauí nos últimos dias. De acordo com a Defesa Civil do estado, mais de 600 casas foram alagadas. Cerca de 120 famílias estão desabrigadas nas cidades de Parnaíba e Ilha Grande.

Doações de comida, roupas, colchões e produtos de higiene estão sendo reunidas na sede da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc), na Avenida Pinheiro Machado, próximo à Rodoviária de Parnaíba. As famílias desabrigadas foram encaminhadas para um ginásio em Parnaíba.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social e Cidadania, Adalgisa Moraes Sousa, cerca de 200 famílias foram alojadas na casa de familiares. Segundo a secretária, há famílias que se recusaram a sair de suas casas, e estão recebendo ajuda em domicilio. “Estão com a casa toda danificada, perderam móveis, uma situação de risco e de vulnerabilidade social”, comentou a secretária Adalgisa.

Carros-pipa continuam a retirar a água empossada nas áreas mais afetadas pela chuva, como nos bairros Piauí, Catanduvas e São Judas Tadeu. Além da Prefeitura de Parnaíba e Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Marinha e o Exército se juntaram às equipes de resgate.

A Prefeitura de Parnaíba e de Ilha Grande decretaram situação de emergência. O decreto ainda precisa ser reconhecido pelo Governo do Estado e pela União para que a ajuda humanitária seja enviada para as cidades.

Fonte: G1 Piauí

terça-feira, 19 de março de 2019

Bolsonaro atende Trump e vai 'abrir mão' de tratamento especial do Brasil na OMC, diz Itamaraty

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR




O Ministério das Relações Exteriores divulgou um comunicado nesta terça-feira (19) no qual informou que o presidente Jair Bolsonaro "começará a abrir mão" do tratamento especial que o Brasil recebe na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A decisão, informou o ministério, está "em linha" com a proposta apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o país apoie a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o "clube dos países ricos".

"O presidente Trump saudou os atuais esforços do Brasil no campo das reformas econômicas, melhores práticas e marcos regulatórios em linha com os padrões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O presidente Trump manifestou seu apoio para que o Brasil inicie o processo de acessão com vistas a tornar-se membro pleno da OCDE", diz a nota do Itamaraty.

"De maneira proporcional ao seu status de líder global, o presidente Bolsonaro concordou que o Brasil começará a abrir mão do tratamento especial e diferenciado nas negociações da Organização Mundial do Comércio, em linha com a proposta dos Estados Unidos. O presidente Bolsonaro agradeceu o presidente Trump e o povo norte-americano por sua hospitalidade", acrescentou o ministério.

O comunicado do Ministério das Relações Exteriores foi divulgado em conjunto com a Casa Branca, após a reunião entre Bolsonaro e Donald Trump, em Washington.

Entenda o caso

A OMC surgiu em 1995 para regulamentar o comércio mundial e é um órgão considerado importante para países que dependem de um sistema de normas para defender os interesses no comércio internacional.

A organização conta atualmente com 164 países membros e media conflitos comerciais. Para isso, define regras sobre tarifas, por exemplo. Se algum país entende que os produtos nacionais enfrentam barreiras que desrespeitam as normas da OMC, pode recorrer à organização para solucionar o conflito.

O Brasil é membro da OMC desde janeiro de 1995 e faz parte da lista de países com tratamento especial e diferenciado. A lista inclui países que dizem estar em desenvolvimento e, por isso, têm vantagens em relação aos outros, como mais prazo para cumprir acordos e outras flexibilidades.

Os Estados Unidos, contudo, são contra a existência da lista nos moldes atuais e defendem a mudança das regras na OMC.
O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR O presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, durante pronunciamento na Casa Branca — Foto: Isac Nóbrega/PR


Bolsonaro nos EUA

A visita de Bolsonaro aos Estados Unidos durou três dias. Durante o período, o presidente se reuniu com Donald Trump, discursou na Câmara Americana de Comércio e se encontrou com "formadores de opinião".

Enquanto Bolsonaro estava em Washington, o governo publicou um decreto assinado pelo presidente autorizando turistas de Estados Unidos, Japão, Canadá e Austrália a entrar no Brasil sem visto.

Nesta terça, questionado sobre o assunto, Bolsonaro disse que liberou o visto para turistas americanos porque cidadãos do país não viajam ao Brasil em busca de emprego.

Acordos

Brasil e Estados Unidos também assinaram alguns acordos durante a viagem de Bolsonaro, entre os quais:

    o que permite aos EUA lançar satélites da base de Alcântara (MA);
    o que prevê a troca de informações entre a Polícia Federal e o FBI, a polícia federal norte-americana.

Fonte: G1

O trovão - Por Pádua Marques


Passei o final de semana todo ouvindo conversa sobre medo de trovão. Eu nem era pra ter me ocupado com isso, com essa perda de tempo, mas aquele ocorrido na noite da quinta-feira passada deixou a Parnaíba com cara de gente que perde o ônibus das seis no meio da estrada da Pedra do Sal, quando muita gente já estava batendo as pestanas feito dono de ponto de venda do mercado da Caramuru com a porta de enrolar.

Eu duvido, quero que minha cara vire pras costas, se não teve um filho de Deus aqui na Parnaíba e vizinhança, que não ficou com medo daquele trovão. Não foi um trovão. Foi o trovão. Foi tão forte, mas tão forte que lá na avenida São Sebastião um colega  meu se enrolou, ficou pendurado na varanda da rede, uma rede que havia comprado em Pedro II pra tirar um cochilo. Me disse que agora vai colocar no lugar das correntes, cordas. Tem medo de levar um choque elétrico.

E falando em choque elétrico, um velho lá pros lados de Bom Princípio, desses que guardam dinheiro pra gastar não se sabe com o quê, estava contando as moedas de cinquenta centavos e de um real, no escuro, justo na hora do trovão. Com o papoco a burra rasgou e as moedas se espalharam no quarto fazendo uma zoada tremenda. Aqui na vizinha os meninos pequenos se acordaram tudo mijados. Teve gente se acordando catando sem sucesso um toco de vela.
Estava quar dormindo e pouco tomei conhecimento do ocorrido. Tano eu acordado sei lá pra que lado eu havera de ter corrido! Seu Ribamar, do Pindorama, me disse que o trovão pegou ele justo tirando a dentadura pra dormir. Na hora ela caiu embaixo da cama, rolou e ele e os cachorros só encontraram no outro dia lá embaixo de uma touceira de pé de banana. Nem queira saber o que foi aquilo. Teve panela de pressão que disparou sem nada dentro lá no bairro de Fátima.

Lá pros lados do Catanduvas, onde fica o aeroporto de final de semana, uma dona de casa havia deitado uma galinha com quinze ovos e perto de tirar os pintos. Depois do trovão ela já está contando com apenas uns três porque os doze ficaram gouros. Na avenida São Sebastião, pra onde vai quem gosta de curtir a noite, na hora do trovão teve gente que se engasgou com pizza. Minha cunhada achou até que já estava morrendo.

Dona Genésia, devota de São Benedito, estava naquele cochilo bom debulhando as contas do terço, batendo os beiços e na hora, o trovão foi tão forte que quando ela olhou procurando pelo santo ele estava aqui embaixo segurando no chambre dela, branco de medo e tremendo os beiços. O menino Jesus, que São Benedito leva no colo, foi encontrado debaixo do colchão. Brincadeira não.
Agora imagine se este trovão tivesse sido assim pela manhã com aquele monte de gente se esfregando dentro do Bradesco, da Caixa Econômica e do Banco do Brasil, no Detran?! Havera de ter caído o sistema e até hoje não ter voltado! Igual essas fake news, do Bolsonaro. Foi coisa de daqui a uns cinquenta anos ainda se contar as façanhas. Se ocorrer outro trovão daqueles, a Parnaíba se esbandaia!
  • *Pádua Marques é jornalista e escritor, colabora com o Blogdobsilva.