A semana passada registrou somente no estado do Piauí, duas
mortes que podem ter como causa, a religião de suas vitimas. Trata-se do caso
do Pai de Santo Wagner Barbosa Pinheiro em Altos, e o caso de José de Ribamar
do Nascimento Santana em Parnaíba.
As duas vitimas eram adeptos da Umbanda, cada um dos casos
está sendo investigado pela Polícia do Piauí, mas mesmo sem ter a confirmação
de que, o que motivou os dois assassinatos tem haver com a manifestação
religiosa de cada um, o alerta tem que prevalecer.
Para se ter uma noção do quão grave é este assunto, não tem
um mês que o “Fantástico” levou ao ar, uma reportagem sobre a destruição de
terreiros de Umbanda e Candomblé na cidade do Rio de Janeiro, e pasmem, quem
tocou esse terror todo foram os pseudos “Traficantes de Deus”, homens que estão
envolvidos com o tráfico nas favelas, e que fortemente armados metralharam os
terreiros.
O que acontece com os seguidores das religiões de matrizes
africanas, não é exclusivo, evangélicos também são submetidos a humilhações,
hoje, bem menos que alguns anos, mas ainda sim.
A diferença é que os evangélicos uniram forças e juntos
fortaleceram seus elos, conquistaram seus lugares na sociedade, na política e
nas ações sociais que caracterizam também a sua existência como cristãos.
Quem se fecha e prefere não segurar na mão do seu irmão de
fé, do colega de religião, enfim do adjetivo que couber, está sendo egoísta e
covarde. Permitir que a violência avance contra uma manifestação de fé, é pecar
pelo silêncio, quando na verdade o que deveria acontecer era uma reação
conjunta.
O Governo do Estado do Piauí possui setores na administração,
que se voltam para garantir o direito da livre manifestação de culto às
religiões de matrizes africanas. O que assusta é ver, a maioria dos que se
dizem “ativistas”, recuarem ou nada falarem a respeito desses dois casos,
afinal, estamos falando de uma significativa parcela da minoria.
Independentemente do que for apurado por um inquérito policial,
sobre estes dois casos recentes, a cobrança nas ruas ou em espaços de grande
aglomeração de pessoas se faz urgente. Quem está calado não pode esperar que um
abaixo assinado, leve aos tribunais o seu direito de acreditar no que lhe faz
bem.
É preciso sair na frente, cobrar por justiça de quem teve
seu sangue derramado por não concordar com a maioria, e mostrar que cultuar seu
Orixá ou seu Caboclo, diz respeito apenas a você.
Ou as diferenças se acabam em prol da coletividade, ou todos
padecem com o risco de retorno da “Santa Inquisição” onde quem não era maioria,
era lançado na fogueira. Eu lhes pergunto: Diante de tudo isso, vocês nada farão?
Por: Tiago Mendes
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