Há 20 anos em Parnaíba, nascia a primeira emissora de
Televisão, a gerar programação voltada para o dia-a-dia dos parnaibanos. Inicialmente
a TV Delta fundada pelo então governador do Piauí Mão Santa, era uma emissora
afiliada à TV Cultura, hoje à TV Brasil.
Com o prazo para o desligamento do sinal analógico que se
encerra nesta quarta-feira (05), à meia-noite, a programação da TV com seus
noticiários, estava prevista a continuar pelas redes sociais e com a
continuidade de envios de reportagens do litoral para Teresina onde funciona a
TV Antares.
Tudo até aqui é tido como normal, não fosse a forma
surpreendente e amadora do atual Presidente da Fundação Antares Humberto
Coelho, que enviou por Whatsapp um documento informando o desligamento de mais de
60% do quadro de funcionários da TV Delta reduzindo-o para seis.
A notícia pegou de surpresa pais e mães de família que ali
trabalham há tempos, e que têm na emissora sua única fonte de renda para se
manterem. O presidente justifica que a medida é “necessária”.
Por outro lado, o diretor da TV Delta Márcio Bikanca disse
ao jornalista Bernardo Silva que não foi comunicado oficialmente desta mudança
que deverá acontecer na emissora parnaibana, e que já acalmou os servidores da
TV.
Marcio Bikanca foi surpreendido há um mês pelo mesmo
Humberto de fala “macia” e olhar “caridoso”, dando conta de que o diretor havia
sido destituído do cargo, uma espécie de vingança, já que a relação
profissional entre os dois, não é nem de longe a melhor.
Bikanca resistiu e recorreu às forças políticas de Parnaíba,
ligadas ao governador Wellington Dias (PT), que de imediato desfez a obra do
Coelho. Esse puxa encolhe do Humberto como presidente é quase comum contra aqueles
com quem o mesmo não “Vai com a cara”.
A possível demissão dos servidores da TV Delta vem em carona
com a “incapacidade” da Fundação Antares presidida pelo Humberto, em não
digitalizar a emissora, sendo a única a ficar de fora desse processo. O mesmo
aconteceu em Teresina quando todo mundo ficou digital a Antares ficou desligada
por um bom tempo, porque cochilaram e o cachimbo caiu.
Mesmo assim, ninguém de Teresina teve que ser punido dessa
forma como ele quer punir a Delta, pelo contrário, mesmo fora do ar, os
salários dos servidores de lá, foram honrados.
Punir a TV Delta de Parnaíba, é no mínimo uma ingratidão de
Humberto, que não reconhece, das vezes em que a emissora do litoral “salvou” os
telejornais da capital. Comentam nos bastidores da imprensa teresinense, que
faltava até gasolina para o carro da Antares sair à procura de matérias com
suas equipes de repórteres.
Por último, Humberto chegou a culpar o próprio ex-prefeito
de Parnaíba Florentino Neto (PT), pela demora em digitalizar a Delta. Ora, o
presidente da mãe da Delta é o Humberto. Aliás, historicamente, a gestão mais
desastrosa que a TV pública piauiense já experimentou.
Basta lembrar da ex-presidente Núbia Ramos (Presidente na
gestão do então governador Wilson Martins), que apesar de divergir em algumas
ideias da diretora Samaritana na época, soube dedicar atenção e esforços que
fizeram uma boa parceria entre matriz e afiliada.
O mesmo aconteceu com o ex-presidente Carlson Pessoa (2014),
que voltou todos os esforços para fazer da programação da Delta e Antares uma
das mais competitivas do estado, sendo vista em municípios onde o sinal da
emissora nunca havia chegado, até com fibra óptica as transmissões contavam.
Em 2015 veio o “poderoso” Humberto Coelho desfazendo quase
tudo, e “enxugando” a gestão. O resultado é esse que estamos vendo. Profissionais
insatisfeitos e telespectadores não muito empolgados.
Diz o ditado popular “Eis que todas as coisas se parecem com
seus donos”. Na vida pública quem aceita o desafio de ocupar um cargo, deve ter
a humildade de reconhecer seus excessos, e o principal, corrigi-los.
Não sei se pelo jeito internacional como o presidente
Humberto vê as coisas, mas parece que ideia é modificar o nome da TV Delta para
Delta TV, que em inglês se pronuncia Delta Ti Vi, o Ti Vi parece proposital,
conjugado no passado, ou seja, não vejo mais.
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