A operação “Natureza” deflagrada nesta semana no Piauí pela
Polícia Civil, revelou um esquema de pagamentos de propina de empresários para
servidores do estado, através de liberação de licenças ambientais por meio da
SEMAR.
Na operação foram presas sete pessoas, entre elas o superintendente
da pasta Carlos Moura Fé, mais de R$ 3 Milhões foram contabilizados como
prejuízo para o estado.
Servidores são acusados de facilitarem a liberação de
licenças ambientais por meio de pagamentos irregulares.
Nesta situação uma luz de alerta ascendeu para muita gente,
com relação ao que vinha sendo praticado pelos acusados desde o ano 2015,
quando as investigações tiveram início. Mas o que pouca gente parou para
questionar foi a situação da Lagoa do Portinho, localizada no litoral do estado.
Coincidentemente no ano em que as investigações tiveram
início, a lagoa do portinho em Parnaíba registrou também um de seus mais
gritantes momentos. Imagens de satélite mostram que naquele ano o nível da
lagoa mais conhecida da região, diminuiu significativamente.
Vale lembrar que naquela época, o Ministério Público do
Piauí ingressava com uma ação contra os empresários, que estariam utilizando as
águas da lagoa para abastecer suas propriedades no entorno.
De lá para cá, não tivemos muitos progressos, no que se
refere aos resultados da ação movida na justiça. Estudiosos da UFPI
(Universidade Federal do Piauí) campus de Parnaíba, chegaram a afirmar que o
curso das águas da lagoa estava sofrendo desvios, e que por esse motivo a lagoa
estava desaparecendo.
Considerado um dos pontos turísticos mais importantes de
Parnaíba, a lagoa do portinho, só não está em situação pior, por causa do
último inverno que foi generoso para a região.
Mas a pergunta que não quer calar: “Será que o esquema que
beneficiou empresários em outras regiões do estado, não teria tido participação
nessa situação em que se encontra a lagoa do portinho?”.
Tivemos, inclusive, um parnaibano à frente da representação
da SEMAR na região norte do Piauí. Rarisson Albuquerque que coordenou operações
e movimentos que envolvia a preservação da lagoa, poderia prestar esclarecimentos
a sociedade, sobre o que nos faz ter essa dúvida, afinal, perguntar não ofende.
Nossa reportagem tentou contato com Rarisson, mas não
obtivemos sucesso. Este espaço do BTM encontra-se aberto para maiores
esclarecimentos sobre a questão levantada. Se, a lagoa é patrimônio natural do
Piauí, cabe aos piauienses cobrar respostas, nada mais justo.
Por: Tiago Mendes
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